Quando não existe mais a necessidade do vínculo pelo objetivo de trabalho ou quando não é mais possível seguir com os atendimentos por alguma razão, terminamos. Encerramos o processo terapêutico.
Alguns podem dizer “parei de fazer terapia”, “minha psi me deu alta”, “me dei alta da terapia”, “larguei minha psicóloga”, “deixei de ir à terapia”… – e cada jeito de falar conta um pouco sobre como foi esse processo e essa interrupção – Mas muita gente, quando encerra um processo terapêutico, diz “terminei com a minha psicóloga”, como se tivesse terminado um relacionamento.
E não era?
“Terminei COM” implica necessariamente um outro, um alguém. Para muitas pessoas, o fim da terapia significa, além disso mesmo, o fim de um relacionamento com aquela pessoa que esteve ao seu lado durante anos. Para uns, não é fácil. Para outros, muito simples.
Como em qualquer relação perpassada por afetos, existem muitas formas de terminar. De bem, de mal, de forma unilateral, em comum acordo, com despedida, com desculpas… E também é possível dar apenas um tempo, ou terminar e voltar depois de anos. São inúmeras configurações possíveis. Configurações que não são exclusivas dos processos terapêuticos, são próprias do viver.
A ocasião do término, do encerramento, aponta para mais um modo de nos relacionarmos (analista e analisando), e isto também importa ao processo terapêutico, mesmo que em sua oportunidade derradeira.
