Atualizado: 6 de mai. de 2023
Há quem considere o mediador escolar, mesmo de maneira implícita, como principal responsável pelo desenvolvimento e a aprendizagem de crianças com necessidades específicas na escola regular. Outro caminho é entender a mediação como um “quebra-galho” para resolver uma questão muito ampla, como a construção de escolas que incluam a todos.
Sabemos que existem muitas compreensões e práticas possíveis neste campo, mas acreditamos que muitas delas, como as descritas, colaboram para despotencializar o trabalho de mediação escolar.
Nós, do Pensando Inclusão, consideramos que o trabalho do(a) mediador(a) é contribuir para a construção das relações do aluno demandante dentro do ambiente escolar. Isso pode ser feito de muitas formas, mas sempre caminhando no sentido do desenvolvimento integral dos indivíduos em questão. No entanto, em tempos de isolamento social, com escolas se reorganizando para construírem um trabalho que não conta mais com a presença física dos sujeitos, sabemos que muitos mediadores podem estar enfrentando diversas dificuldades.
Apesar de ser uma obrigação legal que as instituições de ensino ofereçam todos os recursos (materiais e humanos) necessários para a educação escolar, o vínculo de grande parte dos mediadores escolares ainda é com as famílias dos estudantes e, muitas vezes, por meio de acordos verbais. Levando isto em consideração, na melhor das hipóteses estes profissionais estão precisando reinventar suas práticas e, na pior, estão lidando com as dificuldades de uma função não regulamentada, cujos direitos e deveres não estão definidos até o momento atual.
A situação que estamos vivendo agora, mesmo que atípica, joga luz sobre um ponto frágil do trabalho de mediação escolar, revela a vulnerabilidade a que estes profissionais estão expostos.
Diante disso, gostaríamos de colocar algumas questões :
Em quais condições o trabalho de mediação escolar tem sido realizado?
Quais direitos e deveres deveriam ser garantia de um profissional que cumpre esta função?
Quais as possibilidades e as dificuldades enfrentadas por mediadores escolares?
Estamos em busca destas respostas e, para isso, discutir estas questões e tantas outras sobre mediação escolar e educação inclusiva é fundamental para a criação de um trabalho potente neste campo!
Rianne Zabaleta e Vanessa Alves