Filosofia e Psicoterapia

Antes, veio a filosofia. A partir dela o conhecimento se desdobrou e ramificou. Antes da Psicologia se tornar ciência, a questão da existência humana já estava colocada por esta “amiga do saber”, a Filosofia. Não acho que devemos algo à ela exclusivamente por isso, mas, por ter sido a primeira, talvez ela tenha muito a nos dizer, muito com o que contribuir.

Não à toa, dentre tantos vieses na Psicologia, eu escolhi um que se ancora na Filosofia: a análise fenomenológico-existencial. Quando aplicado à psicologia, o estudo de filosofia vai além da história de seus pensadores ou da adoção de uma perspectiva, compreende também a aplicação de seus preceitos e o exercício de filosofar. Afinal, de nada adianta estudar o pensamento dos outros se não for para constituir o próprio!

Mas a participação da filosofia num processo terapêutico não se encerra na figura do terapeuta. Se o analista compreende e atua através de seu embasamento filosófico, o analisando é convidado por ele a meditar sobre suas questões. É convidado, por fim, a filosofar, a analisar de forma detida, crítica e reflexiva sobre aquilo que aparece na sessão. Por isso, eu defendo a psicoterapia também como um ato de filosofia.

Por:

Foto de Rianne Zabaleta

Rianne Zabaleta

Psicóloga, estudiosa da vida, observadora do tempo, interessada pela singularidade de cada trajetória humana.

Posts recentes

Ação não permitida