Atualizado: 18 de set. de 2023
O cuidado com cada conflito na escola, por menor que seja, é o que vai contribuir pouco a pouco, para a formação de um indivíduo mais conhecedor de si mesmo, mais capaz de se autoanalisar, de se controlar, de pedir ajuda, de propor, de questionar, de estranhar, de se deixar tocar, de não banalizar a violência e tanto mais.
Muitas vezes falta paciência, experiência e criatividade para manejar situações difíceis. O que pode estar por trás disso? Simplesmente, falta de disponibilidade para interromper o fluxo da rotina ou de uma atividade para lidar com a situação. “Vou fazer vista grossa”, decide o educador.
Ao mesmo tempo, advertências e suspensões recorrentes não são, em muitos casos, para alunos reincidentes, forma nenhuma de responsabilização e reflexão, não são estabelecimento de limites, não dizem nada. É preciso encontrar um caminho do meio.
Carlos Skliar (2008) contribui, neste sentido, ao dizer:
“Pessoalmente creio que é impossível saber, sentir e estar preparado para aquilo que pode ocorrer. É preciso enfatizar a ideia de que mais do que estar preparados, antecipando o que acontecerá, que nunca sabemos o que será, se trata de estar disponíveis e ser responsáveis. A ideia de disponibilidade e responsabilidade é, sem dúvida, uma ideia claramente ética.” (tradução livre)
Sobre o excesso de sanções na escola, Andrade e Júnior (2009) explicam que “o limite não está relacionado apenas à interdição, mas à consistência, à segurança e ao acolhimento. Nesse sentido, medidas disciplinares como expulsões e suspensões nem sempre se justificam com base na necessidade de ordem, podendo freqüentemente ser consideradas uma punição autoritária e uma repressão inibidora, e não uma colocação firme e madura de limites.”
Para quem está em apuros com um caso difícil na escola/sala de aula, principalmente envolvendo comportamentos antissociais, como mentiras, furtos e agressões, sugerimos a leitura do artigo “Uma reflexão acerca da prevenção da violência a partir de um estudo sobre a agressividade humana”, os autores são Elaine Vasconcelos de Andrade e Benilton Bezerra Jr.
Para aqueles que procuram por um suporte mais amplo sobre a postura do educador, especialmente no âmbito da inclusão escolar, sugerimos a leitura do artigo “¿INCLUIR LAS DIFERENCIAS? SOBRE UN PROBLEMA MAL PLANTEADO Y UNA REALIDAD INSOPORTABLE”, de Carlos Skliar.
Ambos podem ser encontrados na Scielo (Scientific Electronic Library Online) a partir de uma busca rápida no Google.
Rianne Zabaleta